A carestia dos produtos e racionamento de gasolina Com a chegada da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os moradores de Aracaju tiveram que lidar com dificuldades diárias. O conflito trouxe problemas, como a carestia, o aumento dos preços de alimentos básicos e o racionamento de produtos, incluindo a gasolina.
Isso aconteceu porque nosso país dependia de importações, sendo o combustível o setor mais vulnerável.
Assim sendo, devido às importações limitadas, o Correio de Aracaju no dia 27 de agosto de 1942 informou aos ávidos leitores: “O racionamento determinado pelo governo atende as necessidades do momento crucial que estamos vivendo. Poupar muito, embora com sacrifícios, porque não sabemos até quando perdurará a situação que estamos enfrentando, corajosa e resignadamente”.
Embora Aracaju buscasse manter sua imagem de cidade progressista e revestida por novidades, os automóveis, ícones da modernidade, precisaram ser substituídos por transportes mais econômicos. No dia 8 de outubro de 1942, o Correio de Aracaju noticiava que “o cavalo está voltando ao seu esplendor”. A guerra trouxe de volta os velhos hábitos “rurais” à capital.
Na imagem destacada temos a notícia do racionamento de gasolina e do aumento nos preços.
Os Blackouts e os treinamentos para ataques aéreos A agressão sofrida em território nacional mobilizou o governo brasileiro na adoção de estratégias para o caso de novos ataques. Em Sergipe, a capital Aracaju passou por treinamentos de defesa passiva antiaérea em 1943, com o objetivo de orientar a população sobre os procedimentos a serem adotados em caso de bombardeios aéreos. Simulações foram realizadas tanto durante o dia como durante a noite e além de orientar os sergipanos sobre como se proteger em caso de ataque, esses treinamentos também simulavam o socorro a possíveis vítimas. Além dos treinamentos de defesa antiaérea, os blackouts foi uma outra medida adotada em Sergipe visando a proteção do território. À noite, as luzes precisavam ser apagadas com o intuito de dificultar a visibilidade do inimigo em caso de uma nova agressão. A população também era orientada a não circular em locais públicos a partir de determinado horário. Isso demonstra que, se os efeitos da guerra já vinham sendo sentidos em Sergipe desde 1939, após os torpedeamentos do U-507 eles se acentuaram de forma considerável e a vida cotidiana no estado, especialmente em Aracaju, ficou ainda mais delicada.
A Serviço de Luz e Força de Aracaju (SLFA) foi criado pelo estado de Sergipe na década de 1940 para funcionar no lugar da Empresa Tração Elétrica de Aracaju, empreendimento privado dos anos de 1930, cujo maquinário e os muitos operários eram responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica em Aracaju.
Em 1942 foi comandada por Hormindo Menezes e em 1943 passou a realizar blackouts programados sempre anunciados ao som de sirenes visando treinar a população para um hipotético ataque.